The Book logo da Bottega Veneta cria escultura com livros

06/05/2025 por Hub de Criativos

Instalação “A Poetic Conversation” transforma 20 mil livros em escultura que desaparece nas mãos do público

Às vezes, o mundo da moda parece uma maratona de holofotes, cliques e frases de efeito. Mas de vez em quando, surge uma marca que joga tudo isso pro alto e decide, com um certo charme subversivo, sussurrar em vez de gritar. Foi exatamente o que a LePub em parceria com Bottega Veneta fez em Xangai, no dia 22 de abril de 2025. E olha… que lufada de ar fresco.

Lá no clube de remo da cidade, entre o concreto da arquitetura moderna e o reflexo das águas, nasceu “A Poetic Conversation”. Uma instalação interativa que não quis vender roupa, sapato, nem perfume — quis vender sentimento. E conseguiu. A campanha The Book logo da Bottega Veneta faz isso com maestria.

A campanha The Book Logo em um tweet

Bottega empilhou 20 mil exemplares de Neste mundo cambaleante, de Yu Xiuhua, pra formar seu logo — e deixou o público levar. No fim, só restou poesia.

Um livro, uma marca, vinte mil suspiros

O coração da ação The Book logo da Bottega Veneta era uma escultura imensa — e aqui, não estamos falando de qualquer estrutura genérica. Era o logo da Bottega feito com nada menos que 20 mil livros empilhados, todos exemplares do belíssimo Neste mundo cambaleante, da poeta Yu Xiuhua. Agora respira fundo: à medida que os visitantes pegavam um exemplar pra si, a escultura começava a desaparecer. Um desfecho brilhante para a campanha The Book logo da Bottega Veneta.

Imagens: Reprodução – The Book logo da Bottega Veneta

Sim, você leu certo. O ícone da marca, em vez de ser protegido como um tesouro sagrado, foi se desfazendo diante dos olhos de todos. Página por página, palavra por palavra, sumindo… mas deixando algo maior no lugar: significado.

É o tipo de ação que te pega desprevenido. Você entra esperando um cenário instagramável e sai com um livro na mão e um nó na garganta.

The Book logo da Bottega Veneta é só marketing?

Tem algo de mágico quando uma marca aposta na delicadeza. E mágica, aqui, não é exagero. É o único termo à altura do que se viu (e sentiu). Nada era óbvio. Nada era performático. A Bottega Veneta trocou os gritos do branding tradicional por um gesto poético. E funcionou lindamente.

Imagem: Reprodução – The Book logo da Bottega Veneta

Yu Xiuhua, a poeta escolhida, não escreve para agradar. Ela escreve com o estômago. Com vivências duras, palavras sinceras e uma força bruta que desarma qualquer leitor. Foi uma escolha corajosa e absolutamente certeira. Porque o luxo, quando é de verdade, também precisa saber ser vulnerável.

Luxo que se desfaz pra tocar alguém

Enquanto muitos gastam milhões pra colocar o logo em tudo (da passarela ao copo d’água), a Bottega fez o oposto. Criou algo efêmero. Um monumento ao desapego. E, ironicamente, isso fez o nome da marca ecoar ainda mais.

Ali, a poesia virou veículo de conexão. Moda e literatura, mundos que raramente se cruzam, finalmente se olharam nos olhos. E foi bonito de ver.

Imagens: Reprodução – The Book logo da Bottega Veneta

A instalação não queria aplausos. Queria silêncio. Reflexão. Um passo mais lento. E nesse espaço rarefeito, entre o pegar do livro e o sumir da escultura, estava a verdadeira provocação: o que você leva quando tudo o que parece importante desaparece?

Quando a alma vira parte do branding

Agora, pense comigo: quantas marcas você conhece que teriam coragem de desaparecer no fim de uma ação? De permitir que o próprio símbolo seja levado, desmontado, dissolvido? Não muitas, certo? E é justamente aí que mora a beleza da coisa. Em vez de fincar bandeira, a Bottega preferiu plantar uma semente. E quem passou por lá, mesmo sem perceber, saiu com raízes novas.

Depois que o último livro foi levado, a escultura virou memória. E talvez esse seja o maior acerto da Bottega Veneta: não tentar eternizar uma ação, mas transformá-la em algo vivo.

Cada visitante virou coautor de uma história na ação The Book logo da Bottega Veneta. Cada mão que levou um exemplar, também levou um pedaço de uma ideia maior: a de que o verdadeiro luxo não se acumula. Se compartilha.

Imagens: Reprodução – The Book logo da Bottega Veneta

E assim, entre uma página e outra, entre uma pegada no chão de Xangai e um suspiro silencioso, a moda e a poesia selaram um pacto. E a Bottega mostrou que, no fim das contas, talvez o branding mais poderoso seja aquele que desaparece. Deixando apenas o que importa.