07/05/2025 por Hub de Criativos
Campanha “Por trás da quebra” mostra quando o tênis desabafa e o corpo já não esconde as rachaduras
Você já ouviu o som de uma raquete quebrando? Não aquele barulho seco e óbvio — mas o que vem depois, no silêncio. É ali que mora a dor. Aquela que não grita, mas se arrasta. E foi justamente nessa frequência invisível que a campanha da Wellhub entrou em quadra, com o pé no peito e o coração na mão.

Imagem: Reprodução – Wellhub: Saúde mental no esporte
Criada pela Euphoria Creative, a ação pega algo que já virou cena comum: atletas descontando a frustração em raquetes e vira o jogo. Em vez de repreender, escuta. Em vez de esconder, escancara. As raquetes quebradas, antes símbolo de descontrole, aqui viram relicários de uma luta interna que pouca gente tem coragem de encarar. É como se cada trinca dissesse:
Ei, tô no meu limite.
Parênteses que gritam mais do que pontos de exclamação
Agora segura essa virada de chave: a sacada mais inteligente da campanha tá nos textos gravados nas raquetes. À primeira leitura, você pensa: “olha que frase motivacional bonita!”. Mas aí vem o plot twist entre parênteses:
- ✨ Sonhei com esse momento a minha vida toda.
- 😵💫 Sonhei com esse momento (SEM DORMIR) a minha vida toda.
- 🎾 Sempre gostei de tênis e jogava todos os dias depois da escola.
- 😓 Sempre gostei de tênis e jogava (FORÇADO PELO MEU PAI) todos os dias depois da escola.
- 💪 Eu sempre dou 100% de mim na quadra.
- 😰 Eu sempre dou 100% de mim (SOB PRESSÃO) na quadra.
- 🔥 Eu jogo com garra em todas as partidas.
- 😟 Eu jogo com garra (E MEDO DE FALHAR) em todas as partidas.
Toma. De uma hora pra outra, o discurso de superação vira denúncia. Não é mais sobre vitória, é sobre cansaço. Não é mais sobre talento, é sobre pressão. E esses parênteses, tão discretos, são como aquelas conversas que começam com “tá tudo bem” — mas a gente sente que não tá.

Imagem: Reprodução – Wellhub: Saúde mental no esporte
Saúde mental no esporte: quando o jogo pesa demais
Tem um ponto que a gente esquece fácil: o tênis é um esporte solo. Literalmente. Você entra em quadra, encara o adversário, mas o maior duelo acontece com você mesmo. É um jogo de espelhos, e quando o reflexo começa a trincar, não tem técnico nem torcida que resolva.
A campanha que fala sobre saúde mental no esporte acerta em cheio ao trazer esse lado B da modalidade. Porque, cá entre nós, tem uma romantização danada em torno da entrega total, da superação a qualquer custo, da famosa “garra”. Mas e quando essa garra vira grilhões? Quando dar tudo de si significa não sobrar nada pra si? Ou seja, de nada adianta um corpo pronto se a cabeça está em ruínas.
Consertar raquetes, remendar almas
Um detalhe que emociona, e que pouca marca teria coragem (ou sensibilidade) pra bancar, é que as raquetes quebradas foram todas consertadas à mão. Com fita, esparadrapo, bandagem. Os mesmos materiais que os atletas usam pra lidar com lesões físicas. Só que aqui, eles colam cicatrizes emocionais.
Tem uma poesia crua nisso tudo. Um tipo de carinho quase subversivo, que diz: “você não precisa esconder sua dor pra ser forte”. Cada pedaço colado é quase um manifesto: a vulnerabilidade também faz parte do jogo.

Imagem: Reprodução – Wellhub: Saúde mental no esporte
Arte que não disfarça, revela
A direção de arte assinada por Andre Maciel, da Black Madre, não economiza no impacto. Nada de filtros ou maquiagem visual. As tipografias são feitas com o mesmo material usado pra tratar contusões, como se cada palavra também fosse um curativo. E as fotos da dupla JO/MO (Jo Knaus e Moa) falam por si.
Essa estética “manual” traz uma camada extra de humanidade. É como se dissesse: “aqui tem dedo, suor e sentimento.” Nada de campanha feita no automático. Tem gente ali. Gente que sente.


Imagens: Reprodução – Wellhub: Saúde mental no esporte
Saúde mental no centro da quadra
A verdade é que o tênis virou só o pano de fundo. O que tá em jogo aqui é bem maior. É a saúde mental no esporte. É o debate que a gente finge que já teve, mas vive empurrando pra depois. E a Wellhub, com essa campanha, tira isso do banco de reservas e coloca no meio da quadra.
A mensagem final é potente:
Não dá mais pra fingir que tá tudo bem só porque a performance tá boa.”
E talvez o maior troféu da campanha seja esse: lembrar que, antes do atleta, existe uma pessoa. Com medo, com história, com limites.


Imagens: Reprodução – Wellhub: Saúde mental no esporte
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