Série Senna Netflix

Por trás dos efeitos visuais da série Senna da Netflix em parceria com a Miagui

20/12/2024 por Hub de Criativos

Ou como recriar Mônaco sem sair da cadeira (e ainda deixar o público de queixo caído)

Sabe aquele momento em que alguém vira e fala: “Agora vai!”? Pois é, a Miagui fez exatamente isso — mas com estilo, coragem e muito, muito render. Após 15 anos de estrada na publicidade (e que estrada!), esse estúdio de Porto Alegre resolveu sair da pista tradicional e entrar de vez no grid de largada dos efeitos visuais para cinema e TV. E, olha… não foi com um projetinho qualquer, não. Eles chegaram já cravando pole position com a série Senna, da Netflix.

A série, lançada em 2024, tem sido tratada como uma superprodução — e com razão. Afinal, estamos falando de uma lenda do automobilismo, um verdadeiro herói nacional, cujo legado é praticamente sagrado para os brasileiros. Não dava pra errar. E, felizmente, não erraram. Muito pelo contrário.

Mônaco no computador: como assim?

Agora imagine o seguinte: você precisa recriar, do zero, um dos lugares mais icônicos do mundo da Fórmula 1 — Mônaco, com suas curvas apertadas, túneis sombreados e uma aura quase mitológica. Fácil, né? Só que não.

A Miagui topou o desafio de reconstruir os Grandes Prêmios de 1984 e 1988 inteirinhos com CGI. Sim, tudo em computação gráfica: 120 edifícios recriados à mão, ruas detalhadas, carros precisos até no ronco e pilotos digitalmente ressuscitados em seus momentos de glória. É como se o passado tivesse sido escaneado, polido e reentregue ao público com um brilho novo — e que brilho!

E sabe o que é mais curioso? Usar CGI deu à série a chance de fazer o que nenhum cinegrafista da época conseguiu: mostrar as corridas de ângulos completamente inéditos. Tipo um drone viajando no tempo. A câmera entra por onde quiser, gira, sobe, mergulha… É quase como um passeio guiado pelo próprio Senna.

A tempestade perfeita — versão digital

Mas se teve uma parte do projeto que fez os cabelos da equipe ficarem em pé (e não só pelo estresse, mas pela eletricidade criativa no ar), foi a recriação da chuva de 1984. Aquela corrida lendária em que Senna praticamente dançou na água enquanto os outros escorregavam como sabão.

Aqui, a Miagui mostrou que não basta saber mexer em software. Tem que ter alma de poeta digital. Eles criaram um pipeline próprio — uma espécie de linha de produção invisível, cheia de simulações físicas, ajustes finos e camadas sobre camadas de composição digital. Cada gota, cada reflexo, cada respingo… tudo cuidadosamente coreografado como se fosse um balé molhado com motores V6 rugindo ao fundo.

Aliás, se existisse um Oscar para “Melhor Representação de Clima em Cena com Alta Octanagem”, essa sequência ganharia fácil.

Efeitos visuais da série Senna

Imagem: Reprodução – Senna

Uma força-tarefa de talentos

Mais de 60 profissionais participaram desse projeto ambicioso, e o resultado não poderia ser diferente. Cada detalhe, desde a textura dos prédios até o brilho nos capacetes dos pilotos, foi cuidadosamente trabalhado. Além disso, a integração entre os departamentos foi essencial para manter o altíssimo padrão de qualidade e, ao mesmo tempo, cumprir prazos desafiadores.

Consequentemente, esse esforço conjunto transformou a série Senna em uma experiência visual única, que conseguiu agradar tanto aos fãs de longa data quanto aos novos espectadores.

Série Senna Netflix

Imagem: Reprodução – Senna

Quando o talento vira time

Mais de 60 profissionais botaram a mão na massa (ou no mouse) para que tudo saísse do jeito que saiu. E aqui vai um parêntese importante: talento, quando se junta em time, vira potência. Não é exagero dizer que o projeto exigiu sincronia quase cirúrgica entre departamentos — modelagem, texturização, animação, composição… parecia orquestra afinadíssima tocando sob pressão.

O resultado? Uma obra visualmente estonteante, que não só emociona os fãs do Senna raiz, como também fisga quem nem era nascido nos anos 80. E isso, convenhamos, é um baita feito.

O Brasil no espelho retrovisor do mundo

Se alguém ainda tinha dúvidas de que o Brasil pode bater de frente com produções gringas, Senna chegou como um tapa com luva de pixels. A série não é só um tributo ao nosso eterno campeão, mas também um grito de “Estamos aqui!” do audiovisual brasileiro.

E olha que não estamos falando só de orçamento ou de tecnologia — mas de visão. A Miagui mostrou que dá pra ser ousado, criativo e impecável sem sair do país. E quem sabe, com esse precedente, outros estúdios não se animam a entrar na corrida também?

Reflexo final no espelho lateral

No fim das contas, o que mais encanta nessa história toda não é só a qualidade técnica ou os efeitos mirabolantes. É a paixão por contar bem uma história. E quando essa história é sobre alguém que virou mito acelerando sob chuva, aí o desafio dobra — mas o impacto também.

Senna, pelas mãos da Miagui, virou não só uma série, mas uma aula de como memória, tecnologia e talento podem andar lado a lado. E, se me permite o trocadilho: nessa corrida, o Brasil largou na frente.

Série Senna Netflix
Senna levantando troféu

Imagens: Reprodução – Senna

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