Um dos maiores festivais de música do mundo ganha nova cara: ouvir é conectar, sentir e representar milhões
Tem coisas que a gente ouve com os ouvidos. Outras, com o coração. E é bem aí que entra a nova identidade visual da Eurovision 2025. Sediada em Basel, essa edição resolveu dar ouvidos ao que move o festival: as pessoas. O projeto, criado pela NOT Wieden+Kennedy, braço de design da icônica W+K London.
O ponto de partida não foi um briefing cheio de palavras difíceis ou tendências do momento. Foi uma pergunta simples:
E se a gente mostrasse que escutar é um ato de amor?
A resposta veio em forma de design, mas daqueles que abraçam antes mesmo de você entender.
Inspirados na tradição suíça de democracia direta (sim, lá o povo fala e o governo escuta — ou deveria), a equipe resolveu colocar a escuta como o grande manifesto. Mas não aquela escuta passiva, que entra por um ouvido e sai pelo outro. Estamos falando de escuta como conexão, como afeto, como presença.
Corações que escutam e vibram
A sacada visual que amarra tudo? Dois ouvidos juntos formam um coração. Pronto. Simples e genial. A partir daí, nasceu uma constelação gráfica de coraçõezinhos vibrantes, pulsando como quem dança ao som de uma batida que só o Eurovision poderia criar.
Esses corações se espalham como pixels apaixonados. Formam bandeiras, constroem tipografias, viram ondas gráficas em vídeos e transições. Um enxame afetivo que simboliza o público, que é quem realmente carrega o festival nas costas — e nos tweets, e nos stories, e nos bolões de apostas.
Imagem: Identidade visual da Eurovision 2025
A aposta do processo criativo, provavelmente, partiu de um insight como:
O que acontece quando milhões de pessoas escutam juntas?
A resposta veio com ritmo e batida: uma explosão de corações.
Design que não se leva tão a sério
Esqueça aquele estereótipo do design suíço todo certinho, cheio de Helvetica, linhas frias e paletas que parecem ter sido escolhidas por um robô com toque. A proposta aqui foi outra. A ideia era mostrar que a nova identidade visual da Eurovision 2025 é uma festa pop, intensa, com aquele exagero gostoso que a gente ama.
O projeto brinca com padrões que parecem dançar na tela. As cores são vivas, elétricas, quase pulsantes. Tem algo de carnavalesco europeu aí — se é que esse termo existe. E se não existe, acabamos de inventar.
E a tipografia? Aí vem mais uma ousadia. Quem assina a fonte principal é Ian Party, da Newglyph. E adivinha só? É serifada. Um detalhe que muda o jogo. A fonte secundária, mais sóbria, entra como apoio. Um bom contraste, tipo guitarra e piano num dueto inesperado.
Imagens: Identidade visual da Eurovision 2025
Uma cidade no compasso da música
Mas a nova identidade visual da Eurovision 2025 não vai ficar presa ao palco. Basel inteira vai entrar na dança. Monumentos, transporte público, vitrines, fachadas — tudo vai respirar Eurovision. Dá pra imaginar um bondinho suíço decorado com corações pulsantes? Agora dá.
Além do espaço físico, a estética vai invadir também os ambientes digitais. Das redes sociais aos sistemas de votação, passando por vinhetas, telões e tudo mais que couber no espetáculo. As diretrizes visuais foram distribuídas para toda a produção, como partitura de uma sinfonia visual.
A ideia é clara: fazer com que cada pedacinho da experiência fale a mesma língua — ou melhor, toque o mesmo acorde.
Imagem: Identidade visual da Eurovision 2025
A nova identidade visual da Eurovision 2025
No fim das contas, o que a Eurovision 2025 entrega é mais do que uma nova cara. É uma nova alma. Sai a padronização insossa, entra a personalização que pulsa. Cada peça, cada coração, cada letra parece dizer: a gente tá ouvindo vocês.
É bonito ver um projeto de design que não se contenta com estética. Que tem intenção, escuta, afeto. E que transforma um festival pop num convite coletivo pra sentir junto, cantar alto e, quem diria, parar pra ouvir.
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