07/03/2025 por Hub de Criativos
Memória, luta e um recado que não pode ser ignorado
Imagine caminhar por São Paulo e, entre a pressa do dia a dia, dar de cara com um cartaz que carrega a força de décadas de resistência feminista. Não um simples cartaz qualquer, mas um fragmento da história, uma imagem que grita e não pede permissão para existir.
Essa é a essência de “Cartazes da Resistência”, campanha da BETC Havas em parceria com a Eletromidia, que leva às ruas um lembrete poderoso: a luta das mulheres nunca foi silenciosa – e não vai ser agora que ela vai se calar. Além disso, uma série documental vai reforçar a mensagem, publicada no próprio canal da Eletromidia — e que você pode conferir logo abaixo.

Imagem: Reprodução – Eletromidia
O projeto, lançado no Dia Internacional da Mulher, transforma a cidade em um grande palco de memória e mobilização. Pontos estratégicos, como os arredores do MASP e as icônicas Avenidas Brigadeiro Luiz Antônio e Dr. Arnaldo, foram escolhidos para abrigar cartazes que resgatam imagens históricas de manifestações feministas. Mas aqui vem o detalhe genial: os materiais foram pensados para serem retirados e levados pelo público, permitindo que a mensagem viaje além do espaço físico e ecoe em novos contextos.
Ou seja, quem passa por esses pontos não apenas vê, mas também participa, tornando-se uma peça ativa nessa engrenagem de resistência. E essa é a beleza da campanha: um movimento que não se limita ao papel, mas ganha vida na ação de cada pessoa que decide levar essa história adiante.

Imagens: Reprodução – Eletromidia
Passado e presente no mesmo cartaz
O projeto encontra sua espinha dorsal no trabalho da fotógrafa Rosa Gauditano, que documentou manifestações feministas nos anos 1980. Suas imagens, agora redesenhadas, não apenas prestam homenagem a esse passado combativo, mas também fazem um paralelo entre as lutas de ontem e as urgências de hoje.
Momentos históricos retratados
Entre os registros que estampam os cartazes, dois momentos históricos chamam a atenção:
• A passeata contra o feminicídio de Eliane de Grammont, assassinada pelo cantor Lindomar Castilho em 1981 – um crime que chocou o país e levantou debates sobre a impunidade da violência contra a mulher.
• A mobilização do grupo SOS Mulher, na Praça da Sé, também em 1981, uma das primeiras grandes manifestações brasileiras em defesa dos direitos femininos.
Ao revisitar essas imagens, a campanha joga luz sobre uma realidade incômoda: o tempo passa, mas muitas reivindicações seguem urgentes. O que antes era grito nas ruas agora se repete em hashtags e manchetes diárias, provando que essa conversa ainda está longe de acabar.


Imagens: Reprodução – Eletromidia
Mais do que ocupar espaços, ocupar mentes
A força da campanha não está apenas na estética ou na nostalgia histórica – ela reside na maneira como utiliza o espaço público para cutucar consciências.
A estratégia de mídia OOH (Out-of-Home) não é só um recurso publicitário eficiente, mas um simbolismo potente: se a luta das mulheres sempre foi de resistência e ocupação, então nada mais justo do que cravar essa mensagem nos espaços urbanos.
E a forma como esses cartazes foram produzidos reforça ainda mais esse conceito. Os materiais impressos receberam um acabamento mais resistente, uma metáfora perfeita para a resiliência do movimento feminista. A mensagem aqui é clara: não estamos falando de uma luta frágil ou passageira – essa história precisa durar.

Imagem: Reprodução – Eletromidia
Vozes que construíram (e continuam construindo) essa luta
Além da presença marcante nas ruas, “Cartazes da Resistência” também se expande para o digital. No site oficial, mulheres que ajudaram a moldar essa história compartilham suas experiências e reflexões. Entre elas estão:
- Rosa Gauditano, a fotógrafa cujos registros inspiraram a campanha;
- Maria Clara Queiroz, educadora social do projeto Minas e Manos – Desconstruindo o Machismo;
- Jacqueline Pitanguy, socióloga e ativista que teve um papel fundamental na inclusão dos direitos femininos na Constituição de 1988.
O resultado é um mosaico de relatos que reforçam a necessidade de manter essa memória viva – porque não há futuro sem lembrar do passado.




Imagem: Reprodução – Eletromidia
Mais do que uma homenagem, um chamado à ação
Se tem algo que “Cartazes da Resistência” deixa claro, é que essa não é só uma campanha para enfeitar São Paulo no Dia Internacional da Mulher. Ela é um lembrete de que essa luta acontece todos os dias. Cada cartaz colado nas ruas, cada um retirado e levado para outro espaço, cada imagem resgatada – tudo isso é parte de um movimento que se recusa a ser esquecido.
Papel do feminismo
Porque o feminismo nunca foi sobre frases de efeito ou datas comemorativas. Foi, e sempre será, sobre mulheres ocupando lugares, fazendo barulho e escrevendo a história com suas próprias mãos. E essa campanha? É só mais uma página dessa história – mas uma página que não será arrancada com facilidade.
Publicado no canal da Eletromidia.
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