Terceiro mamilo: Campanha da Perky desafia censura

O terceiro mamilo feminino: quando a criatividade desafia a censura

12/02/2025 por Hub de Criativos

A luta contra o puritanismo digital nas redes sociais

Nem todo mundo tem um terceiro mamilo, mas para as redes sociais, esse pode ser o único jeito de garantir que sobreviventes do câncer de mama recuperem sua autoestima sem enfrentar a fúria dos algoritmos. Parece absurdo, né? Mas essa é exatamente a realidade que a Perky, uma clínica especializada em tatuagens hiper-realistas de aréolas, enfrenta diariamente. Desde 2021, a empresa ajuda pacientes a reconstruírem sua autoimagem, mas esbarra em um obstáculo inesperado: a censura das redes sociais.

A ironia? Se um mamilo aparece fora de um seio feminino, ele não é banido. Mas quando se trata de tatuagens feitas para ajudar mulheres que passaram por uma mastectomia, os conteúdos são rotulados como “sensíveis” ou até removidos. Foi explorando essa brecha que nasceu a campanha Third Nipple (Terceiro Mamilo), desenvolvida pela Droga5 New York.

Se as plataformas insistem em proibir mamilos femininos, a Perky encontrou um jeito genial (e hilário) de driblar essa regra. Afinal, se o sistema só reconhece mamilos quando estão no peito, a solução parece óbvia: mamilos para todos, em qualquer lugar do corpo.

A ideia por trás do terceiro mamilo

Para jogar luz sobre essa hipocrisia digital, a Perky e a Droga5 organizaram um evento especial em sua clínica, em San Antonio. A proposta? Criar um movimento que burlasse as restrições, transformando tatuagens de aréolas em uma tendência – mas fora dos seios.

Durante o evento da campanha do “Terceiro Mamilo”, voluntários tatuaram mamilos hiper-realistas em locais inusitados: abdômen, coxas, costas, braços e até nádegas. Se um mamilo no peito causa polêmica, será que um na canela também causaria? O resultado foi uma série de imagens e vídeos para serem divulgados sem medo de censura – e, claro, um grande questionamento sobre quem define o que pode ou não ser visto na internet.

A ação do “Terceiro Mamilo” envolveu, inclusive, co-sobreviventes do câncer – homens que acompanharam de perto essa jornada desafiadora – reforçando que o impacto emocional da reconstrução mamária vai além das pacientes.

Quando uma tatuagem significa cura

Pode parecer um detalhe pequeno, mas perder um mamilo é uma experiência profundamente transformadora. A reconstrução mamária não se resume à cirurgia – é sobre recuperar identidade, autoconfiança e feminilidade. Para muitas mulheres, a tatuagem da aréola é o último passo da cura, tanto física quanto emocional.

A campanha “Terceiro Mamilo” traduz isso de forma poderosa. Ao transformar um tema sério em um ato de resistência criativa, a Perky não só encontrou uma maneira de furar a bolha dos algoritmos, como também abriu um diálogo essencial sobre como a tecnologia pode afetar a vida real das pessoas.

Mais do que tatuagens: um movimento por mudanças reais

A Perky quer ir além de oferecer um serviço essencial – ela quer transformar a maneira como falamos sobre corpos, saúde e censura. E, com a ideia do “Terceiro Mamilo”, ela pretende fazer isso. As redes sociais precisam rever suas diretrizes, garantindo que informações relevantes não sejam silenciadas por uma política automática e desatualizada.

Enquanto isso não acontece, o “Terceiro Mamilo” continua estampando braços, pernas e onde mais for preciso – não apenas como uma provocação, mas como um lembrete de que a dignidade e a autoestima de alguém nunca deveriam ser motivo de censura.

O que começou como uma solução inusitada para o corpo feminino virou um debate sério. E talvez essa seja a maior lição da campanha: se o mundo digital insiste em tratar certos corpos como tabu, sempre haverá criatividade suficiente para desafiar o sistema. E a campanha do “Terceiro Mamilo” fez isso com maestria.

Publicado no Instagram da Perky.

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