25/04/2025 por Hub de Criativos
Projeto Plastic Blood da OKA Biotech transforma microplásticos humanos em objetos do dia a dia
Tem coisa que parece roteiro de ficção científica, mas é só o século XXI dando as caras. Microplástico no sangue? Parece exagero, mas não é. A campanha Plastic Blood não só confirma essa realidade bizarra, como esfrega ela na nossa cara, com direito a objetos impressos em 3D feitos do próprio sangue humano. A DM9, em parceria com a OKA Biotech, decidiu não só mostrar o problema, mas torná-lo palpável. Ou melhor, imprimível.
E quer saber? O impacto é brutal. A exposição resultante dessa ação é quase uma instalação de terror contemporâneo. Copos, garrafas e sacolas criados a partir dos resíduos plásticos encontrados em cerca de mil bolsas de sangue descartadas, somando 450 litros no total. Parece exagero dramático? Pois saiba que a coleta foi feita com técnicas bem reais, misturando diálise adaptada com isolamento enzimático. O futuro chegou e ele é… plástico.
A campanha Plastic Blood em um tweet
Plastic Blood é o alerta que entra na corrente sanguínea — literalmente. A campanha transforma microplásticos humanos em objetos do dia a dia e nos obriga a encarar o problema no espelho.
Um cartão de crédito por semana: sem cashback
Você não leu errado. Segundo o relatório No Plastic in Nature, a gente consome cerca de 5 gramas de microplástico por semana. É isso mesmo: toda semana você engole, sem querer, o equivalente a um cartão de crédito. Mastercard, Visa, tanto faz, não tem programa de pontos que compense.
Agora respira fundo e multiplica isso por uma vida inteira. São mais ou menos 25 quilos de plástico passeando dentro de você, como um hóspede indesejado que se recusa a ir embora. E não adianta ser fitness, orgânico ou natureba — ele tá na água, no ar, na comida e até naquela sacola “eco” que você achou que tava arrasando.



Imagens: Reprodução – Plastic Blood OKA
Essa é a jogada da campanha: sair do discurso ambiental distante e cair no corpo a corpo, literalmente. O plástico deixou de ser só um problema dos oceanos. Virou uma questão íntima, orgânica, quase poética de tão cruel. Um poluente que não destrói florestas, mas invade células.
Do invisível ao incômodo físico
A grande sacada de Plastic Blood não foi só alertar. Foi transformar o invisível em algo impossível de ignorar. Não tem como olhar pra um canudo feito de sangue e continuar achando que “não é comigo”.
E veja bem, não é só pela estética chocante. É porque esse tipo de provocação mexe com um medo primal: o de perder o controle sobre o próprio corpo. A campanha escancara que estamos sendo colonizados por um inimigo cotidiano, aquele plástico “inofensivo” que embala nosso lanche e decora nosso consumo.




Imagens: Reprodução – Plastic Blood OKA
Ao inverter a lógica — em vez de falar do planeta, falar da gente — a campanha acerta em cheio. Porque, convenhamos, é mais fácil se importar com o próprio fígado do que com uma tartaruga a quilômetros de distância (infelizmente).
Quando o design também sangra
A direção de arte da campanha Plastic Blood não veio pra agradar. Veio pra cutucar. É aquele tipo de estética que não pede licença. Invade os olhos como um soco seco, preciso e incômodo. A mistura de sci-fi distópico com laboratório clínico cria um cenário onde nada é exatamente confortável. As vitrines iluminadas parecem saídas de um museu anatômico, enquanto os objetos impressos em 3D, deformados, estranhos, quase grotescos, gritam em tons de vermelho sangue. É o plástico se materializando de um jeito perturbador, saindo da teoria pra virar evidência.


Imagens: Reprodução – Plastic Blood OKA
E não para por aí. A paleta sombria somada a uma tipografia brutalista faz com que tudo pareça uma exposição feita pra te deixar desconcertado. E é exatamente esse o ponto. Tirar os microplásticos do terreno invisível e colocá-los bem diante do nosso nariz. Ou melhor, das nossas veias. No fim das contas, a campanha não entrega só dados científicos. Ela entrega uma experiência sensorial, quase visceral. Um alerta que não vem em forma de gráfico, mas de choque. O plástico, aqui, não é mais uma embalagem descartável. É diagnóstico. É sintoma. É arte que acusa.
Uma luz no fim do tubo de ensaio
Mas nem tudo é tragédia líquida. A campanha também aponta saídas, e isso é fundamental pra não cair no discurso apocalíptico que só paralisa. A OKA Biotech, por exemplo, vem desenvolvendo materiais 100% biodegradáveis que prometem substituir o plástico sem drama.
Ou seja, Plastic Blood não é só dedo na ferida — é também uma proposta de cura. Traz a denúncia, mas também mostra o caminho. E isso faz toda a diferença num mundo saturado de alertas vazios.
E olha só o efeito emocional da coisa: ver um objeto cotidiano feito da própria “contaminação” é algo que mexe. Mais do que estatísticas, mais do que gráficos de impacto ambiental. A campanha usa o design como grito. E o resultado é… desconfortável, no melhor sentido.
Quando o corpo vira manifesto
No fundo, a genialidade de Plastic Blood está nessa virada simbólica. O corpo humano vira vitrine. Vira mídia. Vira prova viva e quase mórbida de que o problema não está só nos mares, mas nas nossas veias.
É o tipo de insight que vira chavinha. Que incomoda, que tira da zona de conforto, que te faz olhar pro copinho de água com outros olhos. A campanha é como aquele amigo que fala o que você não quer ouvir — mas precisa.

Imagem: Reprodução – Plastic Blood OKA
Porque, no fim das contas, o verdadeiro campo de batalha não é o oceano Pacífico. É o nosso próprio organismo. E talvez, só talvez, ao perceber isso, a gente comece a agir com a urgência que a situação exige.
Por que essa campanha publicitária é importante?
- 🩸 Torna o problema visível com sangue contaminado.
- 🧠 Ativa um medo íntimo e corporal.
- 🧪 Foca no corpo em vez do planeta.
- 💳 Compara o consumo ao de um cartão de crédito.
- 🧴 Usa design para gerar desconforto.
- 🧬 Mostra soluções com materiais biodegradáveis.
- 📢 Transforma o corpo em prova viva.
- 🔁 Propõe saídas além da denúncia.
- 💥 Gera impacto emocional duradouro.
- 👁️ Obriga a encarar o plástico de frente.






Imagens: Reprodução – Plastic Blood OKA
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